2011-08-28

coisas simples 64

coisas_simples_##

nº.64

imagem simples:


Durante viagem de barco entre Barreiro e Lisboa, em Fevereiro de 2006

[nikon fe10; fujichrome sensia 100, processo cruzado; digitalizado a partir da película]

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excerto simples:

" - Boa noite, mãe.
- Boa noite, filho.

O quarto está escuro. A respiração da minha mãe sobe e desce. Entretanto o relógio faz tiquetaque. Lá fora o vento sopra defronte das janelas. Os castanheiros murmuram. No vestíbulo tropeço na minha mochila, que está pronta, pois no dia seguinte tenho de partir muito cedo.

Mordo os travesseiros, as mãos apertam com força os varões de ferro do meu leito. Nunca devia ter vindo de licença. Na frente estava indiferente e muitas vezes sem esperança; não poderei nunca encontrar, de novo, esse estado. Era um soldado e agora não passo de um sofrimento - sofrimento por minha causa, por causa da minha mãe, por causa de tudo o que é desencorajante e tão interminável.

Nunca devia ter vindo de licença."


[Erich Maria Remarque, A Oeste Nada de Novo, ed. Europa-América, 1971, p.132-133 (edição original: 1929, título: Im Westen nichts Neues)]
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